A existência de muitas casas fechadas cujos donos residem fora do município pode estar a funcionar como foco do mosquito Aedes Egypti, transmissores da dengue, alertaram as autoridades sanitárias.
A delegada de Saúde dos Mosteiros, Leidy Spínola, disse à Inforpress que o problema nos Mosteiros é a existência de “muitas casas fechadas e de pessoas que estão fora” e que nesta época de chuva podem ter muita água acumulada no interior e as autoridades não tem como fazer a pulverização das mesmas.
“De um modo geral, não temos tido focos de mosquitos nos locais que temos acesso e desconfiamos que os focos estão nas casas que estão fechadas e não há como entrar para pulverizar”, disse a delegada de Saúde.
A mesma fonte sublinhou que na localidade de Queimada Guincho a equipa conseguiu pulverizar algumas casas que estão fechadas, mas nos Mosteiros Trás, a zona mais atingida, ainda a equipa anti-vetorial não teve acesso a essas casas e já pediu apoio da câmara para sensibilizar os proprietários.
A situação de dengue nos Mosteiros atingiu proporções preocupantes na semana de 21 a 27 de Julho, segundo a mesma fonte, com a notificação de 16 casos suspeitos, dos quais nove foram confirmados como positivos através de exames laboratoriais.
Na semana seguinte, de 28 de Julho a 03 de Agosto, a delegacia de Saúde contabilizou 12 casos suspeitos e nesta semana apenas dois casos suspeitos.
Desde o ano passado no município dos Mosteiros foram contabilizados um total de 472 casos suspeitos, dos quais 187 casos de dengue foram confirmados por exames laboratoriais, mas a delegada de Saúde está preocupada com a época das chuvas em que a acumulação de água pode aumentar o mosquito transmissor da dengue.
Leidy Spínola disse que nos Mosteiros tem-se registado casos pontuais em todas as zonas, mas a que mais preocupa é Mosteiros Trás onde desde o princípio sempre as autoridades sanitárias registam casos, e que o maior números dos casos suspeitos e confirmados está concentrado nesta zona.
Até este momento no município dos Mosteiros há apenas registo de casos de dengue de Tipo Três, contrariamente ao município de São Filipe onde no início de Julho foi registado um caso de dengue de Tipo Um.
Como medidas de luta contra a dengue, a Delegacia de Saúde dos Mosteiros tem, no terreno, uma equipa de luta anti-vetorial com responsabilidade para pulverizar as casas onde são notificados casos de dengue, para sensibilização diária das pessoas e para identificar focos de mosquitos e fazer o necessário tratamento.
No final de semana passada, dias 03 e 04, a delegacia de Saúde promoveu uma campanha de limpeza que, segundo a delegada de Saúde, contou com uma “participação aceitável” das instituições parceiras com entidades religiosas, voluntários da Cruz Vermelha e câmara municipal.
A participação da população na campanha de limpeza “foi zero” o que deixou as autoridades sanitárias “tristes”, segundo a delegada de Saúde, que esperava o envolvimento da comunidade.
Na terça-feira, 06, apenas um paciente encontrava-se hospitalizado no centro de Saúde dos Mosteiros e trata-se, segundo Leidy Spínola, de um jovem com necessidade especial, mas que se encontrava em estado estável.
Desde a notificação do primeiro caso de dengue em Novembro do ano passado, nos municípios de São Filipe e Mosteiros foram notificados mais de um milhar de casos suspeitos (1.071) dos quais 599 no município de São Filipe e 472 nos Mosteiros.
Dos casos suspeitos notificados (1.071) mais de metade, 527 foram confirmados pelos exames laboratoriais, dos quais 340 no município de São Filipe e 187 nos Mosteiros.
O número de casos suspeitos e confirmados no município de São Filipe pode ser ainda maior já que a Comissão Municipal de Saúde não actualizou os dados há mais de duas semanas.
No município de São Filipe há o registo de casos de Tipo Três, a maioria, e do Tipo Um, com um caso notificado.
Fonte: Inforpress