O artesão maiense Manuel Silva defendeu hoje que a visão e o pensamento de Amílcar Cabral sobre a cultura devem permanecer nos dias de hoje, através de incentivos à arte e ao artesanato, em específico.
“Fogo Stan”, como é também conhecido o artesão, entende que Amílcar Cabral tinha uma visão diferente e que não só contribuiu para a luta de libertação, mas também ajudou a revolucionar a cultura, através da preservação e valorização da cultura africana.
Neste aspecto, advoga que a cultura deve ser mais valorizada nos dias de hoje, seguindo os pensamentos de Cabral no sector, destacando, por exemplo, o artesanato que, como diz, é o parente pobre da cultura em Cabo Verde.
“O artesanato é o parente pobre da cultura. Podia ter mais incentivos para impulsionar os artesãos e o artesanato, tendo em conta que esta arte está intimamente ligada às expressões de identidade e memória coletiva que Cabral defendia”, apontou, destacando Amílcar Cabral enquanto líder inconfundível.
Segundo a mesma fonte, as celebrações do centenário do herói nacional poderiam ser mais impactantes e menos partidarizadas, já que, como disse, “a política tem sobressaído aos pensamentos de Cabral” e a figura do líder “não deve ser politizada” sendo Cabral uma figura internacional.
O artesão “Fogo Stan” é um dos mais conhecidos da ilha do Maio e do Centro de Artesanato de Calheta com o domínio, principalmente, da técnica de arte em chapa.
Segundo contou à Inforpress, as obras de arte moldadas em chapas de bidões são as mais procuradas pelos turistas, que ficam admirados com a arte de transformar lixo em luxo.
“As obras em chapas possuem grande procura porque é diferente e foge daquilo que é o artesanato em Cabo Verde mais conhecido pela cestaria e cerâmica”, disse, reiterando a importância de se apostar no artesanato.
O artesão está neste momento a preparar a sua participação na feira de artesanato (URDI) em São Vicente, para Novembro, e pensa, nos próximos tempos, esculpir a imagem de Amílcar Cabral na arte em chapa de bidões.