X edição da feira de Cinzas da Praia reúne mais de 200 expositores sob o lema “Sabor Tradicional, Forsa di nós Mudjér”

Arrancou hoje a 10.ª edição da Feira de Cinzas, realizada este ano no Largo de Sucupira, com 223 expositores e celebra a tradição gastronómica e cultural sob o lema “Sabor Tradicional, Forsa di nós Mudjér”. O evento, que coincide com o mês de Março, dedicado às mulheres, pretende homenagear as anciãs e ancestrais que contribuíram para a preservação desta tradição.

Em declarações à imprensa, o administrador do Serviço Público de Abastecimento Município da Praia (SEPAMP), José Carlos Moniz, dos 223 expositores, 149 são de hortaliças, 16 dedicados ao pescado e seis especializados na venda de cuscuz com mel.

O evento também trouxe a presença do tradicional trapiche, destinado à comercialização de calda, e conta com representantes de todos os concelhos da ilha de Santiago.

“No ano passado, quando tínhamos metade das pessoas, na quarta-feira, por volta das 10h00, ninguém tinha mais nada para vender. As rabidantes ficaram satisfeitas, contentes com a venda que tiveram”, relatou.

Aberta à participação de expositores de todas as ilhas do arquipélago, a feira já recebeu, em edições anteriores, representantes das ilhas do Fogo, Brava e Maio. “Este ano não tivemos a participação de outras ilhas, mas temos de todos os concelhos da ilha de Santiago. Esta feira já é uma tradição da Praia, e os munícipes já ficam à espera. Institucionalmente, também já está instituída, e é bom para todos”, concluiu o administrador, avança à Inforpress.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, considerou a realização da feira extremamente importante.

“Desta vez, decidimos fazer uma mistura entre aquilo que é tradição da cinza e uma homenagem, um reconhecimento às mulheres, porque, se analisarmos a figura central que carrega essa tradição, são as mulheres rabidantes, as mulheres cheias de coragem que fazem com que esta tradição de cinzas se mantenha viva”, disse.

O autarca apontou ainda que a tradição começa a espalhar-se para outras partes do país.

“Estamos muito contentes porque há sinais de outras partes de Cabo Verde onde essa tradição já começa a despontar. Por exemplo, no Fogo, e sabemos que já há algum interesse noutras ilhas. E isso é motivo de muita satisfação para nós. É a manutenção da tradição, e a tradição está-se a espalhar com mulheres cheias de coragem que mantêm cada vez mais viva a nossa cultura”, referiu.

Francisco Carvalho sublinhou que a expectativa é criar melhores condições para a realização da feira.

“Este ano, depois das obras que fizemos no Sucupira, o espaço está remodelado e conseguiu criar um ambiente muito melhor, com mais de 200 senhoras que expõem os seus produtos nas sombras, com mais segurança e com mais tranquilidade. E esse é o caminho: aumentar a qualidade cada vez mais e fazer com que haja cada vez mais participação de todas as pessoas”, assegurou.

Devido ao aumento registado no número de participantes em relação aos anos anteriores, a Autarquia da Praia optou, este ano, por realizar o evento ao Largo de Sucupira, com objetivo de oferecer mais espaço aos comerciantes, bem como para facilitar a venda e a promoção dos produtos dos feirantes.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *