31 de Julho celebra Dia Nacional do Batuque

Celebra-se hoje, 31 de Julho, Dia Nacional do Batuque, a data foi instituída no ano de 2021. Este ano, o município de São Domingos recebeu no domingo, 28, a 3ª edição do Festival Nacional de Batuque “Terreiro N’Toni Denti D’Oru”, para celebrar a data.

Para as batucadeiras que esteve em conversa com o Expresso das Ilhas, o Batuque está na moda.

Segundo a batucadeira do grupo Mondon de Eugénio Lima, Ivone Martins, o batuque já começou a ganhar o seu espaço, graças ao esforço das batucadeiras e de algumas pessoas que gostam e querem ver esse género musical num outro patamar.

“Posso dizer que o batuco está a ganhar o seu espaço. As entidades já começaram a sensibilizar para a importância desse gênero musical”, afirma.

Ivone Martins disse que querem ver batuque em grandes palcos. “Já começamos a ganhar espaço, com os nossos esforços, mas queremos ver batuque em grandes palcos, quer nacionais, quer internacionais”.

Por outro lado, afirma que tem havido investimento só por parte das batucadeiras, e que os promotores da cultura e de eventos ainda não olham o batuque como um gênero musical que talvez os possa dar algum ganho.

Para a batucadeira do grupo Tradison di Terra, Teresa Fernandes batuque está na moda. “Antes não tínhamos nada, não tínhamos divulgação, era tudo fechado, mas hoje, o batuque está na moda”.

“Batuque mudou muito, hoje em dia somos convidados para actuar nas festas de casamento, de aniversário, antes isso não acontecia. Batuque tornou-se em algo de grande valor para nós, por isso digo que batuque está na moda”, acrescenta.

Na mesma linha, a batucadeira do grupo Herança Di Nos Terra, Ineida da Rosa Sena disse que o batuque está na moda. “Batuque esteve durante algum tempo no esquecimento, mas agora está no seu auge”.

“Batuque sendo a mãe de todas as músicas em Cabo Verde, deveria receber outra atenção, ou destaque, porque o principal é colocar o batuque como Património Cultural e Imaterial da Humanidade como a morna. O funaná hoje é Patrimônio Cultural Imaterial Nacional. E a morna e o funaná vieram depois do batuque”, realça.

Dia Nacional de Batuco

Ivone Martins frisa que ninguém está a pensar no batuque, “para o Dia Nacional de Batuco não vejo nenhuma entidade ou mesmo agente cultural a fazer alguma coisa para esse dia”.

“Então, somos nós as batucadeiras que estamos a fazer algo, para que a data não fique em branco. Nós as batucadeiras vamos fazer algo no Dia Nacional de Batuque, para não deixar a data passar em branco, mas não há outra actividade prevista”, sublinha.

O grupo Mondon Eugenio Lima tem agendado para o dia 3 de Agosto, o Festival de Batuco, no Pavilhão do Bairro Craveiro Lopes, na cidade da Praia, para comemorar o Dia Nacional do Batuque.

Ivone Martins espera que seja um bom festival e que leve um bom público a ver e apreciar o trabalho das batucadeiras. “O nosso objectivo e de levar o público da Praia para ir ver e brincar o batuque”.

“Para esta quarta-feira, 31, não temos nada programado para o Dia Nacional de Batuque, mas cada grupo vai brincar e fazer o seu terreru, para não deixar a data passar em branco”, sublinha.

O grupo de batucadeiras do grupo Mondon Eugenio Lima foi criado a 20 de Agosto de 2006, já está com 18 anos de existência. “Hoje em dia, somos um grupo com actividade todos os dias, temos uma dinâmica de receber as pessoas no aeroporto, temos dinâmica em fazer surpresas, então o nosso grupo está num bom caminho”.

Ivone Martins conta que o grupo Mondon Eugenio Lima tem actuaçao as terças no Quintal da Música, quinta no restaurante Seven Beach Club e sexta no Nice Kriola, “são lugares que colocam batuque todas as semanas, às vezes no Kebra Cabana tem batuque, mas não é toda as semanas”.

“Temos três restaurantes na Praia que oferecem noite de batuque todas as semanas, são restaurantes que estão a apoiar e a ajudar o batuque de uma forma extraordinário, por isso apelamos que mais lugares apoiam os grupos de batuque, porque somos muito e precisamos ir mais longe”, cita.

Ineida da Rosa, do grupo Herança Di Nos Terra, destacou que esta data é muito importante para o batuque. “Já é um caminho para levarmos o batuque para Património Cultural e Imaterial da Humanidade”.

Este ano, o Dia Nacional do Batuque foi celebrado no domingo, 28, em São Domingos, com a terceira edição do Festival Nacional de Batuku, sob o lema “Terreru Ntoni Denti D`Oro, onde participou 31 grupos de batuque de todos os municípios da ilha de Santiago e batucadeiras da ilha do Maio.

O festival foi realizado por Batuku Nos Alma e Fundação Batuku em parceria com a Câmara de São Domingos e o grupo Herança de Nos Terra.

Nesta quarta-feira, 31, o grupo Herança di Nos Terra estará na Roda de Batuque, no município de Tarrafal de Santiago, para comemorar o Dia Nacional de Batuque.

No dia 29 de Novembro, o grupo Herança di Nos Terra completa 15 anos de existência. “Como este ano vamos completar 15 anos de vida, começamos com uma roda de batuque na nossa zona (Lagoa, São Domingos), já realizamos o Festival de Batuque no dia 28 deste mês, em São Domingos”.

Teresa Fernandes destaca que essa data é importante para as batucadeiras, “acho que deveriam fazer alguma coisa para celebrar a data, Dia Nacional de Batuque deveria ser celebrada com Festival de Batuque, porque é um dia que nos marca”.

Teresa Fernandes disse que começou no batuque em 2003, e que de lá para cá já esteve em alguns países da Europa, na América e no nosso continente, e já tem várias gravações feitas no mercado. 

Fonte: Expresso das ilhas

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